O presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou em suas redes sociais que os Estados Unidos realizaram bombardeios a três instalações nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. Segundo ele, os alvos foram atingidos com sucesso por forças militares dos EUA, que já teriam deixado o espaço aéreo iraniano após a missão. A principal ofensiva teria se concentrado na instalação de Fordow.
“Parabéns aos nossos bravos soldados! Nenhum outro exército no planeta seria capaz de realizar algo assim. Agora é hora de buscar a paz!”, escreveu Trump, elogiando o resultado da ação.
Mais cedo neste sábado, as Forças Armadas do Iêmen emitiram um alerta sobre possíveis represálias contra embarcações norte-americanas no Mar Vermelho, caso os EUA interviessem diretamente no confronto entre Israel e Irã. O porta-voz militar iemenita, Yanya Saree, afirmou que seus combatentes estão em alerta para atingir alvos marítimos dos EUA, tanto civis quanto militares, caso Washington apoie Israel com ações ofensivas contra Teerã.
“Se os EUA decidirem agir ao lado de Israel, nossas forças atacarão seus navios no Mar Vermelho. Estamos monitorando todos os movimentos hostis na região”, escreveu Saree nas redes sociais.
Enquanto isso, a agência Reuters noticiou que bombardeiros norte-americanos B-2, projetados para destruir instalações fortificadas, estão sendo transferidos para a Ilha de Guam, no Pacífico, elevando ainda mais a tensão geopolítica.
Escalada do Conflito
O confronto ganhou novos contornos após Israel lançar um ataque surpresa contra o Irã em 13 de junho, alegando que Teerã estaria à beira de fabricar armas nucleares. O Irã rebateu as acusações, garantindo que seu programa nuclear tem finalidades civis e pacíficas, e que estava em negociação com os EUA para reforçar os compromissos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), ao qual é signatário.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por sua vez, vinha apontando falhas no cumprimento de obrigações por parte do Irã, embora não tenha apresentado provas de que o país esteja, de fato, desenvolvendo armamento nuclear. Teerã, por outro lado, alega que a AIEA atua sob influência política das potências ocidentais, como EUA, França e Reino Unido — aliados históricos de Israel.
Apesar das alegações recentes de Trump, um relatório da Inteligência dos EUA divulgado em março afirmava que o Irã não estava construindo bombas nucleares. A mudança de tom do presidente norte-americano levanta dúvidas sobre a credibilidade das informações oficiais.
Por outro lado, Israel, embora condene a possibilidade de o Irã possuir armamento atômico, é apontado por diversos estudos ao longo das décadas como detentor de um programa nuclear secreto desde os anos 1950, com capacidade estimada de mais de 90 ogivas nucleares.